Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Geração GPS: entre o treino do filho e a receita da vó

Você se reconhece aqui?

Bem-estar, pra muita empresa, é tipo cenário de propaganda: tudo calmo, todo mundo sorrindo, luz natural entrando pela janela. Mas quem tá nos 40, 50, 60 sabe que a vida real parece mais um bastidor de programa ao vivo — e sem pausa pro intervalo.

Essa época da vida é desafiadora, mas também é cheia de beleza. São pessoas com bagagem, experiência e sabedoria acumulada, que ao mesmo tempo ainda são exigidas como se estivessem no auge da energia dos 20. Acontece que muita gente nessa fase virou equilibrista de alto desempenho. Entre o trabalho, os boletos, os alarmes do celular e os imprevistos do dia, tem uma turma que virou especialista em fazer mágica com o tempo.

O cotidiano da Geração GPS: multitarefas e maratonas emocionais

Participa de call com três abas abertas, resolve pepino no grupo da família, lembra do remédio da mãe e ainda ouve:

  • Mãe, tem que fazer uma maquete da Revolução Francesa com sucata. É pra amanhã.

  • Pai, meu TCC precisa de uma entrevista com o vô. Mas tem que gravar e transcrever.

  • Dá pra montar comigo uma apresentação sobre sustentabilidade? Já abri o PowerPoint!

  • A escola pediu uma simulação de orçamento familiar. Pode ser a nossa?

E isso só com os filhos. Do outro lado, tem os pais: consulta marcada, queda inesperada, exame que deu alterado, mudança de comportamento, remédio que o plano não cobre. A logística é diária. A cabeça, sempre dividida entre prazos e preocupações. O corpo, tentando acompanhar.

Essa é a Geração GPS: sempre no meio do caminho. Tentando lembrar onde salvou o arquivo, onde colocou os óculos e onde ficou aquele último minuto de paz.

E mesmo assim, quando perguntam:

— Tudo bem por aí?
Sai aquele “tudo certo” automático, com um sorriso que mistura paciência, cansaço e um restinho de café já frio.

O peso invisível que ninguém vê (mas todo mundo sente)

Spoiler: tá tudo no modo “vai na fé e no improviso”, com tempo contado, lista mental de pendências e uma notificação do grupo da família apitando a cada cinco minutos — geralmente com “bom dia com Deus” e vídeo de receita de bolo.

Essa sobreposição de papéis não costuma ser vista nos indicadores de produtividade, nem aparece nas reuniões de avaliação de desempenho. Mas impacta diretamente na saúde física, mental e emocional de quem está nesse lugar. É cansaço que não passa com um final de semana de descanso. É aquela sensação constante de estar devendo alguma coisa pra alguém, o tempo todo.

E sim, muitas vezes, esse malabarismo vem acompanhado de culpa: por não dar conta, por esquecer um detalhe, por estar longe quando queria estar perto. Mas a verdade é que quem está nesse papel já está fazendo muito mais do que seria razoável esperar.

O que as empresas podem (e devem) fazer

Falar de bem-estar é bonito, mas cuidar de verdade exige atitude. Algumas ideias simples (e eficazes):

  • Flexibilidade real de horários e formatos de trabalho

  • Escuta ativa, sem julgamento

  • Benefícios voltados à vida familiar, como apoio a cuidadores

  • Espaços para conversa e acolhimento, não só treinamento

Pode parecer pouco, mas ser visto, ouvido e compreendido já faz uma diferença enorme.

E do lado de dentro: como cuidar de quem cuida?

Quem está na Geração GPS também precisa aprender (com carinho) a cuidar de si. Isso não significa largar tudo e fugir pra uma praia deserta (embora a ideia não seja ruim). Mas sim criar pequenos respiros, praticar o “não” de vez em quando, pedir ajuda sem culpa.

Autocuidado, nesse contexto, é dar até cinco minutos de descanso pro pensamento. É rir de si mesmo, às vezes. É comer o chocolate escondido e não se desculpar por isso.

Conclusão: Você também merece cuidado

Porque quem cuida de todo mundo também precisa ser cuidado.
Precisa de um respiro. De uma folga sem culpa. De um apoio que não venha com planilha anexa.

E às vezes, só precisa ouvir:
“Você tá mandando bem. Tipo, MUITO bem. E sim, pode comer o chocolate escondido da gaveta sem culpa.”


Compartilhe com quem vive essa rotina.

E se você se identificou, conta pra gente nos comentários: o que é que mais te desafia nesse malabarismo diário?

Comente o que achou

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também

Posts Relacionados

plugins premium WordPress