O mercado de trabalho está envelhecendo — e isso é uma excelente notícia. Não porque faltem jovens, mas porque sobra experiência. Porque as carreiras estão durando mais. E porque a ideia de “se aposentar da vida” perdeu o sentido.

O novo ciclo da carreira não termina aos 60

Durante décadas, seguimos um roteiro: estudo, trabalho, aposentadoria. Como se envelhecer fosse sair de cena. Hoje, esse script não se sustenta.

Pessoas com 60, 70 ou até 80 anos estão reassumindo papéis de liderança, empreendendo, aprendendo novas tecnologias, mentorando times e redesenhando seu valor profissional. Não por teimosia. Mas por relevância.

E por uma razão simples: estamos vivendo mais — e queremos viver bem.

O etarismo ainda é o maior obstáculo

Apesar dos avanços, o preconceito etário ainda ronda empresas, recrutadores e até algoritmos de seleção. A idade segue sendo filtro injusto — como se o tempo vivenciado fosse sinal de desatualização.

Mas a realidade é outra: profissionais maduros entregam constância, inteligência emocional, compromisso e visão de longo prazo. E isso, num mundo volátil, é uma vantagem competitiva.

Experiência é soft skill

Hoje, chamar alguém de experiente deveria ser elogio — e diferencial. Afinal, quem já viveu ciclos econômicos, mudanças de gestão e revoluções digitais traz algo que curso nenhum ensina: discernimento.

Mas essa experiência precisa ser atualizada, comunicada e compartilhada. Quem tem 60+ também precisa se colocar em movimento. Trocar, aprender, ensinar, se mostrar.

Não é sobre competir com os jovens. É sobre completar com eles.

O mercado do futuro será intergeracional

Empresas inteligentes já entenderam: a diversidade etária é boa para os negócios. Equipes com idades variadas inovam mais, retêm talentos por mais tempo e têm mais empatia com clientes reais — que também estão envelhecendo.

Esse novo mercado não exclui. Ele integra. E entende que ser mais velho um dia é um privilégio — desde que possamos continuar pertencendo.