Idoso, Terceira Idade ou Velho? A Forma Correta de se Referir à Velhice

A forma como nos referimos às diferentes fases da vida revela muito sobre a nossa cultura e visão sobre o envelhecimento. “Idoso”, “terceira idade” ou até “velho” são termos amplamente usados, mas qual é o mais apropriado? Com o envelhecimento da população, torna-se cada vez mais importante discutir o impacto dessas nomenclaturas e como elas refletem a inclusão ou estigmatização dos mais velhos. Neste artigo, vamos explorar o uso desses termos, analisando preferências pessoais, contextos sociais e tendências atuais, baseando-nos em dados recentes e estudos de caso.
A Evolução dos Termos para Definir o Envelhecimento
Velho — Um Termo Estigmatizado?
Historicamente, o termo “velho” carregava uma conotação negativa, muitas vezes associado a fraqueza ou incapacidade. Embora ainda utilizado em contextos informais, ele tem sido evitado em discursos formais por conta do estigma. Pesquisas indicam que 80% dos idosos preferem não ser chamados de “velhos” em contextos institucionais, conforme estudo da ONU.
Terceira Idade — O Surgimento de um Novo Conceito
Nos anos 80, com o aumento da expectativa de vida, o termo “terceira idade” ganhou popularidade. Ele foi promovido por governos e entidades de saúde para incentivar um envelhecimento ativo e saudável. Ainda assim, muitas pessoas acham que a expressão padroniza demais a experiência diversa do envelhecimento.
Idoso — Uma Termo Jurídico e Político
O termo “idoso” foi adotado amplamente pela legislação, como o Estatuto do Idoso, para se referir a pessoas com 60 anos ou mais. Apesar de ser amplamente aceito, há quem o veja como distanciado e impessoal. Em 2023, uma pesquisa realizada pelo IBGE mostrou que cerca de 35% das pessoas com mais de 60 anos preferem ser chamadas pelo nome ao invés de qualquer rótulo.
O Impacto Psicológico dos Termos Utilizados
Pesquisas sugerem que a maneira como nos referimos às pessoas idosas pode influenciar diretamente na autoestima e saúde mental. Estudos da Harvard School of Public Health apontam que o uso de termos como “velho” pode gerar sensações de exclusão e desvalorização. Por outro lado, expressões como “terceira idade” podem parecer mais acolhedoras, mas ainda assim, podem ser percebidas como distantes para aqueles que não se identificam com o conceito.
Tendências Atuais: Respeito à Autonomia e Individualidade
O envelhecimento não é uma experiência uniforme. Para alguns, atingir a velhice é motivo de orgulho e conquista, enquanto outros preferem não ser definidos por sua idade. Um movimento recente tem se concentrado em permitir que os próprios indivíduos escolham como querem ser chamados, promovendo maior autonomia. O conceito de envelhecimento ativo, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), enfatiza a importância de respeitar as preferências pessoais e oferecer apoio social e emocional para garantir qualidade de vida.
Como Profissionais Devem Abordar a Questão
Especialistas da área da saúde, cuidadores e instituições voltadas ao público idoso têm um papel crucial ao adotar uma linguagem respeitosa e inclusiva. Além de utilizar termos apropriados, é fundamental que as abordagens sejam centradas no indivíduo. Isso inclui ouvir ativamente como as pessoas preferem ser tratadas e adaptar a comunicação de acordo.
Casos Práticos
Em um estudo realizado por uma rede de lares de idosos no Brasil, onde os residentes puderam escolher como queriam ser chamados, houve uma melhora de 25% na interação social entre os moradores e a equipe.
Conclusão
Ao discutirmos termos como “idoso”, “terceira idade” ou “velho”, estamos também falando sobre como queremos que o envelhecimento seja percebido na sociedade. Respeitar as preferências individuais e adotar uma linguagem inclusiva são passos essenciais para criar um ambiente de acolhimento e respeito para todos.
Leia Também:
Organização Doméstica para Idosos: Simplificando a Rotina do Lar
Oportunidades e Benefícios de Continuar Ativo Profissionalmente